Eu nem sabia que existia um dia do orgasmo e, quando descobri, já tinha passado. Foi meu namorado quem mandou uma mensagem na segunda de manhã, dizendo “acredita que perdemos o dia do orgasmo? Foi ontem!”
Ele estava viajando e a gente só ia se ver na sexta-feira. Eu não perdia nenhuma oportunidade de provocar, então respondi com “que pena… mas acho que, pra gente, todo dia pode ser dia do orgasmo!”
Ele me respondeu com uns emojis safados e a conversa logo se encaminhou para um sexting bem gostosinho. Nada melhor do que uma siririca matinal para começar a semana. O único lado ruim é que me dava mais um tantinho de saudade dele…
Os dias foram passando e eu me sentia subindo pelas paredes. Na sexta de manhã, se eu já estava com um fogo difícil de controlar, o malandro do meu namorado conseguiu se superar.
Antes de eu sair pro trabalho, chegou uma encomenda na portaria do prédio. Fiquei curiosa, porque não tinha pedido nada e a caixinha também não dava pista do que poderia ser. Subi pro apartamento e abri. Um bilhetinho dizia “Pra gente, todo dia é dia do orgasmo!”
Tirei o embrulho do presente e fiquei mais animada ainda. Era um vibrador bem diferente dos meus, mas logo entendi que era um vibrador desses de botar na calcinha e controlar via aplicativo. Sonho de consumo! Mandei uma mensagem na hora: “que surpresa boa é essa?”
“é pra você colocar agora e ir aquecendo pro nosso encontro de noite”
“kkkk não posso usar isso no trabalho”
“o que é proibido é mais gostoso… deixa que eu controlo”
Safado.
É por isso que eu sou caída por ele.
E quem sou eu para recusar uma ordem dessas, né? Fiz o que ele falou. Lavei o vibrador novo, botei na calcinha, baixei e conectei o app e fui pro trabalho, meio ansiosa, sem saber o que esperar. A expectativa de que, a qualquer momento, meu namorado podia começar a me provocar ia me deixando excitada. Para ativar o controle à distância, fizemos uma ligação de vídeo e deixamos sem câmera e com microfone mudo. Agora, eu estava à mercê dele.
Foi bem difícil me concentrar e, quando eu finalmente consegui, foi em vão. Senti uma vibração começar entre minhas pernas e olhei pro lados, para ver se alguém notava. Nada. Quase não dava para ouvir o som, mas o efeito em mim era de fazer querer deitar numa cama e relaxar.
“tá bom assim?”
Respondi à pergunta dele na hora:
“bem bom… na medida para eu não ser demitida”
Fui escrever isso pra quê? Na mesma hora, a vibração aumentou de intensidade. Apertei a mesa para não deixar escapar um grito. Minha vontade era de gemer alto, mas eu tinha que me controlar. Eu sentira o vibrador contra o meu clitóris, mais forte e depois mais fraco, como se fossem ondas de excitação. Eu imaginava o desgraçado do meu namorado com o aplicativo, rindo enquanto controlava com os dedos cada ondinha de prazer que me atingia. Aqueles dedos… Sentia como se fossem eles ali em mim.
Me dei conta que tinha fechado os olhos e os abri repentinamente. Minha respiração estava cada vez mais afoita. Olhei por lados, mas ninguém tinha percebido ainda. Não ia ter jeito. Pensei na rota de fuga que eu ia ter que fazer para chegar no banheiro, mas AAH!
Gemi na minha mente. Eu não ia conseguir escapar pro banheiro. Fechei os olhos. Como segurar o grito? Eu já estava aceitando que ia ser demitida, quando tudo parou.
Abri os olhos, meu coração quase pulando pela boca. No celular, uma mensagem:
“depois tem mais”
O sacana sabia muito bem como me deixar louca. Minha vontade era de que ele estivesse ali para eu pular na cara dele e sentir sua boca finalizar o trabalho. Mas o espertinho conseguia me deixar no limite, para que eu já estivesse totalmente derretida à noite.
Depois de uma manhã sem grandes acontecimentos, fui pro almoço esperando que ele agisse de novo. Nada. Será que tinha acabado por ali?
Imaginei que ele fosse ativar o vibrador de novo em algum momento da tarde. Eu tinha uma reunião com a chefia logo depois do almoço e já tinha avisado a ele. Pensei em mandar uma mensagem lembrando, mas acabei desistindo. Ele não seria louco de ativar o vibrador bem naquela hora, seria?
Não só seria. Foi. Bem na hora que eu estava apresentando o balanço do primeiro semestre pra minha chefe, senti a vibração entre as minhas pernas e quase me contorci.
Consegui me controlar e encerrei minha fala, finalmente me sentando. A partir daí, o que eu fiz durante a reunião foi só olhar para a cara das pessoas sem ouvir nada do que elas diziam. Sorri e assenti com a cabeça para tudo. Com a caneta no meu caderninho, fingi fazer várias anotações. Ainda bem que ninguém me pediu pra ver, porque só saíram uns rabiscos sem nexo. Acho que eu parecia uma maluca, mas ninguém falou nada. Quando estávamos nos levantando para sair da sala de reunião, eu deixei escapar um “ah!” daqueles agudos que vêm do fundo da garganta, quando a gente se surpreende com um estímulo certeiro.
Todo mundo olhou pra mim. Constrangida, eu tentei me ajeitar, com a voz tremida:
– É ótimo encerrar a semana com uma reunião boa assim, né?
Ignorei as caras confusas e acelerei o passo para ir no banheiro. As vibrações iam e vinham e agora eu só pensava em gozar. Não ia ter jeito dessa vez. Quem estivesse no banheiro ia me ouvir gemer alto.
Mas parou.
De novo, o safado me deixou no limite. Parecia que adivinhava. Voltei pro meu computador e vi outra mensagem “chegou perto?”
“por que você não vai até o fim???”
“tudo na hora certa”
Uma hora maldita que não chegava!
Eu sabia que, pelo menos, ele ainda ia passar duas horas num avião, tempo em que eu teria paz. Combinamos de ele ir direto do aeroporto para o bar onde eu estaria no happy hour da firma. De lá, podíamos ir juntos pra minha casa.
Acabou meu horário de trabalho e eu saí meio aliviada por só ter passado perigo duas vezes. Ao mesmo tempo, me sentia desesperada para que meu namorado chegasse e a gente fosse para casa resolver as “pendências”.
Tomei minhas cervejas com o pessoal do trabalho e, lá pelas tantas, ele chegou, mala na mão e tudo. Veio me dar um beijo, cumprimentou meus amigos e sentou do meu lado. Eu dei um olhar significativo para ele, que respondeu cochichando no meu ouvido:
– Bora brincar um pouquinho aqui.
Aí já era demais! Se era para subir o nível da brincadeira, eu ia brincar com ele também.
– Então, tire sua cueca e dê pra mim.
Ele fez uma cara de espanto, mas logo deu um sorriso que dizia que topava. Saiu da mesa e voltou em menos de dois minutos, com algo preto na mão. Por baixo da mesa, passou a cueca pra mim. Eu estava me controlando para não rir. Passei meu celular para ele com o aplicativo do vibrador aberto, enquanto guardava a cueca sorrateiramente dentro da bolsa.
As pessoas foram ficando bêbadas e dando risadas, o que acabou sendo um bom disfarce quando eu senti a vibração entre as minhas pernas. Em meio a uma risada ou outra, eu dava uma tremidinha quando ele intensificava a vibração.
Mas eu também tinha que agir. Aproveitei a cobertura da mesa para deslizar minha mão pela perna dele, subindo por baixo da bermuda. Olhei de canto de olho e vi que ele me encarava. Senti o vibrador me atiçando mais forte, como se ele estivesse me desafiando. Não parei. Minha mão continuou seguindo por baixo da bermuda dele até roçar na base do pau. Deslizei meus dedos por ali enquanto ele aumentava e diminuía a intensidade das vibrações.
Ao redor, as pessoas pareciam alheias ao que estava acontecendo. Minha sensação era de que a gente estava transando em público, mas sob uma capa de invisibilidade. A qualquer momento, a qualquer distração, a gente ia acabar se entregando e todo mundo ia ver. Toda essa expectativa, esse medo de sermos descobertos, parecia me deixar ainda mais excitada.
Segurei o pau dele, que estava duro de um jeito que me fazia querer esquecer tudo e sentar em cima. Mas me controlei. Pegando firme, comecei a movimentá-lo e, olhando pro braço do meu namorado, vi que seus pelos estavam arrepiados.
Mais uma vez, a vibração intensificou. Fechei os olhos por um instante e logo os abri, para evitar dar tanta bandeira – como se os movimentos de minha mão já não fossem bandeira suficiente para um olhar atento. Olhei ao redor e ninguém parecia notar. Aquilo era absurdo.
Notei que as pessoas estavam rindo de alguma piada e soltei uma risada com atraso. Uma colega apontou para mim e riu.
– Já bebeu tanto assim, foi? Tá demorando pra entender piada?
Senti meu rosto corar e ri, como se fosse por isso mesmo. Tirei a mão de baixo da bermuda do meu namorado, não queria abusar tanto da sorte. Só que, agora, a vibração aumentava e diminuía com mais velocidade. Ele estava ensandecido!
Apertei a perna dele com força, como se implorando pra ir embora dali. Sem conseguir me aguentar mais, cochichei:
– Bora.
– Do jeito que eu tou, não dá pra levantar.
Filho da… Bom, se era pra ser assim, ele ia ter o que merecia.
– Ah, é? Então, vou deixar pior pra você!
Ele estava doido? Pois agora eu estava doida e meia. Não ia ter mais volta. Se alguém percebesse, azar. Meti a mão por dentro da bermuda de novo e comecei a brincar com o pau dele, dando giradinhas e leves roçadas na glande, com as pontas dos dedos. Ele parecia querer me desconcentrar, mudando a intensidade de vibração das maneiras mais inesperadas possíveis. Parecia que ele estava tentando fazer com o vibrador aquilo que fazia tão bem com a língua.
Minha calcinha estava tão molhada, que eu tinha certeza de que ia deixar uma mancha quando levantasse da cadeira. Apertei a perna da mesa com força, como se isso fosse me impedir de gritar. Quando senti o orgasmo tomando forma e se preparando para envolver o meu corpo, quase soltei o pau da minha mão, desconcentrada. Não sei que sorte foi aquela, mas alguém fez uma piada bem na hora e, ao ver todo mundo rir, soltei uma gargalhada. Gozei tendo um acesso de riso e me tremendo toda.
Eu arfava e ria e sentia um arrepio percorrer cada parte do meu corpo. Era como se ter prendido tudo ao longo do dia tivesse deixado as coisas mais intensas. As pessoas ainda davam risada, sem que eu soubesse o porquê, mas isso nem importava.
Ainda rindo, certamente vermelha, olhei pro lado e vi que meu namorado parecia se segurar na cadeira também. Acelerei o movimento da mão, aproveitando que os outros estavam distraídos, e o senti tremer. Logo, o gozo quente dele se derramou pela minha mão, melando tudo por dentro da bermuda.
Limpei a mão com um guardanapo e troquei com ele um olhar cúmplice e cheio de graça. Cochichei de novo:
– Era esse o seu plano?
– Não, mas deu certo mesmo assim.
– E agora, o que a gente faz?
– A mesma coisa, mas só nós dois num quarto fechado sem ninguém ao redor.
Ele me deu um beijo no pescoço. Levantamos, ele cobrindo a frente da bermuda com a mala de viagem. Eu fiquei sem acreditar que ninguém tinha desconfiado de tudo. Deixamos um dinheiro para pagar a conta e corremos pra casa. Nosso dia do orgasmo ainda ia ter muito o que render…
Por: @sumodocaju