Uns anos atrás, se você me perguntasse, eu ia dizer que não gostava desse negócio de vibrador. Para que usar um bagulho eletrônico se eu tenho dedos, língua e um pau que funciona tão bem? Não, não, não! Vibrador, pra mim, era coisa de mulher mal amada ou de homem que não se garantia na cama.
Eu era muito burro.
***
Maria não foi a primeira mulher que sugeriu usar um vibrador no sexo. Eu já tinha ficado com umas duas ou três que vieram com essa ideia, mas nunca topei. Em um dos casos, fui dispensado na hora. Essa sabia bem o que queria e, com certeza, logo arranjou alguém muito melhor do que o lixo eu era na época.
No caso de Maria, ela deu uma risadinha discreta quando eu falei que não gostava de vibrador. Perguntou se eu já tinha usado e eu, claro, respondi que nunca tinha precisado usar e que pretendia continuar assim. A conversa se encerrou, mas ela seguiu com um sorrisinho discreto, como se a questão ainda não estivesse resolvida.
O tempo foi passando e essa mulher me conquistou de um jeito que eu me via cada vez mais arriado. De ficadas ocasionais, passamos a nos ver com mais frequência e, quando eu me dei conta, praticamente vivíamos na casa um do outro e já estávamos assumindo o namoro. A gente nunca brigava e sempre conversava bem quando tinha alguma diferença de ideias. Quando me dei conta disso, lembrei a conversa sobre vibrador que a gente tinha tido lá no começo, a única que acabou sem, de fato, parecer ter acabado.
Deixei pra lá.
***
Um belo dia, eu estava no trabalho, quando recebi uma mensagem de Maria: “se prepare, que hoje à noite eu tenho uma surpresa pra você”.
Quando ela mandava eu me preparar, eu sabia que a coisa era boa. Fui no salão depois do trabalho e pedi para caprichar no cabelo e na barba. Comprei um vinho no caminho de casa e, quando cheguei, continuei a arrumação. Aparei os pelos que tinha que aparar, tomei um banho quente e demorado, escolhi a dedo a roupa que ia usar e botei o perfume preferido dela. Eu sabia que ela ia chegar deslumbrante (como ela sempre estava) e que eu tinha que dar o meu melhor para estar à altura.
Maria chegou em casa com uma bolsa na mão e um beijo delicioso na minha boca. Não deu “oi” nem “boa noite”, pois a língua foi se ocupando da minha. Não entrou caminhando, porque pulou no meu colo e prendeu as pernas ao redor da minha cintura. Foram os meus pés que nos levaram até o quarto.
Deitei por cima dela na cama, o beijo ainda um furacão desgovernado, meu pau já duro dentro do short, roçando contra a calcinha de renda, revelada por baixo do vestido. Mas, quando fui tentar tirar a primeira peça de roupa, Maria interrompeu o beijo, sorriu e falou no meu ouvido “hora da surpresa”.
Ela me deitou encostado no travesseiro. Da bolsa, tirou uma venda preta e cobriu meus olhos. Se é que era possível, eu fiquei ainda mais excitado.
Depois que ela tirou minha camisa, veio um novo beijo que iniciou todo um percurso daquela boca maravilhosa pelo meu corpo. Enquanto lambia o meu pescoço e beijava meus mamilos, Maria passava as mãos pelos meus braços e pelas minhas pernas. Pegava, apertava, acariciava, chupava, me fazia arrepiar com seus toques e me deixava ansioso por mais, mais, mais…
Quando ela tirou minha cueca e passou a língua pela minha virilha, eu já me preparava para receber um boquete fenomenal, como eram todos os que ela fazia. Porém, não foi o que aconteceu.
Ouvi uns sons diferentes – algo como um lacre sendo rompido e depois um “pop!” –, mas isso não me distraiu. O hálito quente de Maria seguia rodeando a base do meu pinto e eu mal via a hora de ela focar totalmente nele.
Quando aconteceu, foi bem diferente de tudo o que eu já tinha experimentado.
Primeiro, senti os dedos se fechando ao redor do pau e achei que ela logo ia vir com a boca. Mas o que veio foi outra coisa. Algo apertadinho e deliciosamente melado estava cobrindo a minha glande. Era frio e gostoso e logo estava vestindo não só a glande, mas o resto do pau.
Não era uma coisa sem graça como uma camisinha. Pelo contrário: era justo e parecia ter uma textura aveludada, que me excitava ainda mais à medida que Maria movimentava aquele objeto misterioso. Primeiro, senti que ela o girava, para depois pressionar ao redor com as pontas dos dedos.
Aos poucos, eu sentia o orgasmo se construindo. Minha boca foi soltando alguns gemidos e Maria, que sabia interpretá-los muito bem, mudou mais uma vez os movimentos, batendo uma punheta lenta com aquela “capa”. Ela foi acelerando, acelerando e acelerando. Eu apertava os lados da cama e sentia o meu corpo se retesar, até não conseguir me aguentar mais.
Descontrolado, comecei a tremer e eu gozei com uma intensidade absurda, transcendental. Senti minhas pernas formigarem e puxei Maria num abraço apertado, beijando sua boca com um tesão incontrolável.
Quando recuperei o fôlego, fui entender o que ela tinha usado: um masturbador egg, uma coisa que eu nunca tinha tido vontade de usar. Ah, se eu soubesse como era bom…
-Gostou?
-Foi sensacional!
-Quer fazer isso mais vezes?
-Ô…
Maria deu um risinho.
-Viu aí?
-O quê?
-Dá para descobrir várias formas diferentes de gozar se você abrir sua mente.
Por sorte, Maria me engolfou num beijo, então eu não precisei ficar com cara de bunda sem saber o que dizer. A mensagem era nítida e eu só me sentia burro por ter mantido a cabeça fechada por tanto tempo.
***
Seguiram-se duas crises na minha mente.
A primeira foi entender que meu pensamento em relação a sex toys era bastante burro. Maria, para mim, era uma entidade suprema na cama. Era o melhor sexo da minha vida, a deusa do boquete, a cavalgada mais sensacional do planeta. E, apesar disso, usou um sex toy comigo. Opa, “apesar”, não! Por causa disso.
Foi aí que me dei conta que o sexo com ela era tão bom porque ela sempre me surpreendia, sempre me dava sensações que eu nunca tinha sentido antes. Usar o egg naquela noite foi só mais uma dessas surpresas.
Na minha arrogância, no meu pensamento estúpido de “tenho dedos, língua e pinto”, eu esqueci o principal: variar, surpreender, sair da rotina. Eu me achava tão bom no sexo, mas me dei conta de que era apenas um burocrata sexual. Seguia as regras, o passo a passo, mas não trazia nada de novo e de mais instigante.
Pobres das mulheres que tinham transado comigo.
Essa crise, eu levei para a terapia e não vou detalhar aqui, mas foi superada.
A segunda crise que eu tive é mais interessante, porque envolveu a dúvida de que vibrador comprar para surpreender minha namorada.
Descobri que existem tantas, mas tantas opções, que quase desisto de comprar só para acabar com o meu desespero de não saber qual escolher. Mas tudo bem, segui em frente. Dentre todas as possibilidades, escolhi o Fun, que é um vibrador “4 em 1”, perfeito para uma pessoa indecisa como eu. Do tipo bullet (eu nem sabia o que era isso, tive que estudar para aprender as diferenças), ele veio com 3 capas de texturas diferentes, cada uma mais interessante que a outra.
Eu podia ter simplesmente dado de presente para Maria, mas pensei que ela ia achar muito melhor se eu fizesse uma surpresa também. Sem falar nada sobre o assunto, combinei de ir na casa dela e, antes, fiz toda uma preparação: testei o funcionamento do vibrador, deixei carregando, escolhi uma das capas (que parecia ter duas orelhinhas) e fiz a limpeza de tudo, do jeito que tinha lido no site.
Claro que também fez parte da preparação mandar minhas melhores figurinhas e mensagens safadas ao longo do dia. A ideia era chegar na casa dela do mesmo jeito que ela chegou na minha daquela outra vez: tacando fogo em tudo e subindo pelas paredes.
E não deu outra. Na hora que Maria abriu a porta, já foi me puxando num beijo enlouquecedor. Com três passos dentro do apartamento, eu já tava sem camisa, com ela arranhando minhas costas enquanto eu lhe dava um cheiro no pescoço, beijando e chupando.
Chegar no quarto não era mais uma opção e a gente desabou no sofá mesmo. Eu tava com a língua dedicada a um mamilo de Maria, quando percebi que minha calça já tinha ido pro chão – com o vibrador numa sacolinha dentro do bolso! Era a hora de pegar.
Fui descendo com a boca e as mãos pelo corpo dela, apertando a coxa, roçando a barba pertinho do ventre, deixando a língua lhe tocar de leve a virilha, do lado da calcinha… Maria começou a dar uns gemidinhos e minha mão se esticou para pegar o Fun –
Mas foi interrompida.
Num pulo, Maria me empurrou pra trás, subiu no meu colo e começou a se esfregar contra o meu pau, que já estava a ponto de pular da cueca. As unhas dela voltavam a arranhar minhas costas e a boca estava no meu pescoço. Passei a gemer junto com ela e a esfregação foi forçando minha cueca pra baixo, até que só a calcinha dela impedia a penetração. Eu tava a ponto de puxar pro lado e meter até gozar, mas também tava doido pra ver Maria ter um orgasmo usando o vibradorzinho.
Tasquei mais um beijo na boca dela e cochichei no seu ouvido:
-Deixa eu te chupar.
Ela deitou no sofá de olhos fechados, que era tudo o que eu precisava. Enquanto sentia o sabor dela na minha língua, consegui finalmente alcançar a calça e puxar o vibrador. Na hora que eu apertei o botão e o sonzinho da vibração começou, Maria abriu os olhos e a cena foi maravilhosa. De uma confusão inicial, o rosto dela se abriu num sorriso que derreteu meu coração.
Voltei a me dedicar ao oral e passei a deslizar as orelhinhas do bullet pelo corpo deslumbrante da minha namorada. Fiz uma brincadeira de ir subindo à medida que o vibrador ia descendo. Quando ele passou pelos mamilos, fui beijando a barriga e, quando minha boca chegou no pescoço dela, as orelhinhas chegaram no clitóris.
Maria arfava e gemia, às vezes abrindo os olhos e sorrindo para mim, mas sem conseguir mantê-los abertos por muito tempo. Eu aproveitava para beijar e passar a mão em todas as partes do corpo dela, me deliciando também com a beleza da mulher da minha vida.
Um cochicho fez os pelos da minha nuca se arrepiarem:
-Mete com ele aí…
Fiquei de lado e, por trás, deslizei gostoso para dentro dela. A buceta tava tão molhada que parecia que meu pau mergulhava numa catarata. A sensação de prazer era absurda num nível que eu nem consigo descrever. Segurei o bullet na posição e comecei a meter, enquanto beijava a nuca de Maria com o maior tesão que eu já tinha sentido na vida.
A cada estocada, a batida da minha pélvis contra a bunda dela parecia gerar uma onda mágica que circulava por dentro de mim. Algum instinto deve ter mantido minha mão firme, porque a sensação era de que eu não tinha mais controle do corpo. Juntos, nossos gemidos foram se intensificando mais e mais.
Maria arfava e mordia o lábio, enquanto o meu amigo bullet, com suas orelhinhas, fazia um trabalho primoroso no clitóris dela. A lubrificação tava mais intensa que nunca e já era difícil manter o vibrador no lugar, com a minha mão totalmente encharcada.
Senti Maria tremer quando seus gemidos viraram gritos e uma molhação ainda maior escorreu pela base do meu pau. Um orgasmo lindo de ver, enquanto eu seguia metendo e segurando o Fun, para só parar mesmo quando ela pedisse.
Com um acesso de riso, Maria afastou minha mão, sem aguentar mais. Também dando risada, virei o corpo dela de frente para mim e dei um abraço, enchendo seu ombro e seu pescoço de beijos.
Como era possível eu ter ficado tanto tempo com medo (hoje, eu entendo que era medo) de experimentar uma coisa tão gostosa? Ver a mulher que eu amo gozar daquele jeito não tem preço.
Ficamos aconchegados no sofá por um bom tempo, minha cabeça viajando nas possibilidades que se abriam. Percebi que Maria tinha cochilado e fiquei olhando como o rosto dela ficava lindo enquanto ela dormia.
***
Hoje, se você me perguntar o que eu acho de vibrador, minha resposta é muito simples: se você nunca experimentou, não sabe o que tá perdendo.
Bom dia é maravilhoso ver contos assim,eu e minha esposa fazemos uso de vibrador sugador é muito prazer e orgasmos intensos que esse relato mude a vida de muitos casais e que os homens parem de achar que um vibrador vai tirar sua masculinidade ao contrário vai da muito mais prazer ao casal beijos