Para os desavisados de plantão, dia 28 de junho é considerado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+! E uma data tãaaao importante, marcada pela liberdade e pelo respeito, não podia deixar de passar despercebida por aqui, não é mesmo?
O dia de hoje é sem dúvidas para vibrar todas as formas de amar, para lembrar que todos precisam sentir orgulho de quem são e que devem ser respeitados como seres humanos.
Mas, infelizmente, como nem tudo são flores, ainda mais quando se trata do preconceito com a comunidade LGBTQIA+, a data também é importante para conscientizar e promover a reflexão sobre a discriminação que ainda acontece.
Pensando nisso, o texto de hoje vai falar de uma forma de preconceito que não é muito debatida, pois é uma forma velada e enraizada na sociedade: as microagressões à comunidade LGBTQIA+.
Para quem não faz ideia do que a gente está falando, caaalma que a gente explica!
Nós já estamos cansados de saber que a LGBTfobia é crime! Entãoo, qualquer sinal de discriminação não deixem de registrar o boletim de ocorrência e tomar todas as medidas cabíveis!
Mas precisamos falar das formas de preconceito que são mais silenciosas, mais difíceis de serem percebidas (mas tão danosas quanto). Geralmente, são formas verbais mais sutis, diferente de um xingamento direto ou até de uma agressão. A esses casos se dá o nome de microagressões.
Nas palavras do pesquisador Alysson Dantas, pós graduado em Psicologia Social:
“As microagressões correspondem a situações corriqueiras. Podem se manifestar verbalmente (insultos) ou não verbal (representação de pessoas LGBQs em jornais e revistas), ser intencionais ou inconscientes. Ocorrem automaticamente. São ações que revelam o desprezo, a hostilidade, a depreciação ou discriminação devido à orientação sexual.”
Não está conseguindo visualizar o que seriam essas microagressões com a comunidade LGBTQIA+? Como a Equipe Goodvibres não brinca em serviçoooo, a gente selecionou alguns exemplos para você:
→ Errar o pronome da pessoa trans;
→ Um homem heterossexual que pede a um casal bissexual para participar também;
→ A família que aceita a relação homoafetiva, mas não chama o marido do familiar gay de marido, mas de companheiro/parceiro (também aplicável nos casos de casal de mulheres!);
→ Utilizar a expressão “coisa de viado/que viadagem” ou é ”coisa de sapatão” sempre relacionada a alguma situação considerada ruim;
→ “Respeitar” o amigo gay, mas pedir para ele não agir de forma tão afeminada em público.
→ Questionar se tem necessidade da pessoa LGBTQIA+ demonstrar afeto em público, como beijar e andar de mão dada.
→ Utilizar termos pejorativos como “traveco, sapata, bambi ou viadinho”
→ Famílias que normalizam o filho/a hétero/a a falar dos seus romances, mas não dão a mesma abertura para o/a filho/a LGBTQIA+.
→ Justificar uma fala LGBTfóbica dizendo que até “tem amigos que são” (gays, trans, lésbicas, etc.). O ano é 2022 e as pessoas ainda estão passando essa vergonha no créditoooo e no débito!
→ Dizer que não existe homem bi. “Se um homem pega outro homem é porque ele é gay!” OU “Ela só é bi de balada! Só fica com mulheres em festinha” (os famosos fiscais da orientação sexual alheia. Ninguém mereceeeeee!)
→ Questionar a bissexualidade! “Ela é só bi de balada”, “Ele pega outro homem, então, é gay!”. Alôooo, bissexualidade não é gostar 50% de um e 50% de outroooo!
Aposto que você já presenciou muitas dessas situações, né?
Nesse dia 28/06, que esse texto sirva como uma reflexão sobre essas microagressões (que de micro não tem nadaaa) e que possamos estar sempre contribuindo para um cenário mais acolhedor, seguro e respeitoso para todos.
E já avisamos logo que vai ter muita pepeca com pepeca, piroka com piroka, pirokas com pepecas SIMMM! Afinal, como já diria um grandeeee filósofo (ou seria compositor? haha) contemporâneo, Johnny Hooker: “ninguém vai poder nos dizer como amar!”
Todo mundo merece gozar muito a vida….. como e com quem quiser!
Referências bibliográficas:
https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/19054/1/master_guilherme_galhardo_pinheiro.pdf